Bradford coroa excelente temporada com o acesso à League One

O acesso premiou o excelente trabalho de Phil Parkinson (Reprodução/Bet 365)
Após cinco anos e algumas temporadas medíocres na League Two, o Bradford enfim confirmou seu retorno à terceira divisão. Impulsionados pelo vice-campeonato da Capital One Cup, os Bantams arrancaram no segundo turno para garantir o sétimo lugar e a última vaga para os play-offs.

No mata-mata, os comandados de Phil Parkinson sofreram para passar pelo Burton, nas semi-finais, mas não encontraram nenhuma dificuldade diante do Northampton, em Wembley. Apresentando o melhor de seu futebol, o Bradford decidiu a partida em apenas 30 minutos, com gols dos fundamentais James Hanson, Rory McArdle e Nahki Wells.

No entanto, nem o mais otimista dos torcedores apostaria em resultados tão bons, antes do início da temporada. Depois de evitar o rebaixamento em 2011/2012, Phil Parkinson optou por fazer uma grande reformulação no elenco. Nomes familiares dos torcedores, como Michael Flynn e Lee Bullock foram dispensados, enquanto Gary Jones e Nathan Doyle lideraram a extensa lista de reforços.

Apesar da mudança drástica no plantel, o clube não demorou a colher frutos. Nos primeiros três meses da temporada, sete vitórias colocaram os Bantams na quinta colocação. Em paralelo à League Two, a equipe seguia viva na Copa da Liga, eliminando Notts County, Watford e Wigan.

Conforme a Copa da Liga ia se afunilando, maiores eram os desafios enfrentados. Com direito a grande atuação de Gary Jones, o Bradford controlou a partida contra o time completo do Arsenal, mas só garantiu a classificação nas cobranças de pênalti.

Nas semi-finais, foi a vez dos Bantams elimnarem o Aston Villa, com uma vitória por 3x1 em Valley Parade e uma derrota por 2x1 em Villa Park. A festa pela inédita classificação a uma final de Copa só não foi maior porque o Swansea não deu chances para o azar e goleou por 5x0 em Wembley.

Era natural que uma derrota tão pesada abalasse a confiança da equipe, mas não foi bem isso que aconteceu. Com apenas duas derrotas nas últimas 12 rodadas, o Bradford saltou do décimo-segundo para o sétimo lugar, antes de garantir o acesso via pós-temporada.

Elenco valioso; custo reduzido

A folha salarial de £7,5 mil por semana não foi um empecilho para que Phil Parkinson montasse uma equipe que cumprisse suas expectativas. O experiente Matt Duke foi um dos pilares na aventura pela Copa da Liga e fundamental durante a temporada da League Two. Excelente no ataque e na defesa, Stephen Darby também mostrou que tem condições de se manter na lateral direita para a próxima temporada. 

No entanto, nenhum setor é tão bem representado quanto a faixa central da defesa. Luke Oliver, James Meredith e Carl McHugh esbanjaram solidez quando foram exigidos, mas Rory McArdle é quem merece o maior destaque. As atuações sólidas e os gols importantes - como na vitória sobre o Aston Villa - renderam ao jovem zagueiro um lugar na seleção principal da Irlanda do Norte. 

No meio campo, Garry Thompson e Will Atkinson fizeram bem seus papéis pelos lados do campo, enquanto Gary Jones dominou a faixa central, mesmo no auge de seus 35 anos. Dono de uma técnica apurada, o capitão ditou o ritmo da equipe e contribuiu com 13 assistências e dois gols durante a campanha. 

Certamente, muitas dessas assistências foram distribuídas a James Hason e Nahki Wells. Após três anos trabalhando como empacotador em um supermercado e atuando por equipes amadoras, Hanson se transferiu ao Bradford em 2009, mas essa foi sem dúvida sua temporada de maior destaque. Com 15 gols anotados, o atacante terminou a temporada como vice-artilheiro, atrás apenas de Nahki Wells. 

Natural de Bermudas, Wells marcou nada mais, nada menos que 26 gols em sua segunda temporada como profissional. Muito além das bolas na rede, o atacante se mostrou versátil, podendo atuar tanto à frente do ataque, quanto pelos lados do meio campo.

O homem por trás da promoção

No Bradford desde 2011, Parkinson viu no Bradford a chance de recuperar sua carreira, após trabalhos fracos por Hull City e Charlton. Com um estilo de jogo muito parecido ao adotado pelo Swindon na temporada de acesso à League One, Parkinson formou uma equipe compacta e muito difícil de ser batida. O trabalho do ex-meia do Reading foi reconhecido também pela Football League, que o nomeou como melhor treinador da temporada.

Lucas Leite
terça-feira, 4 de junho de 2013 às 23:48

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