"Aposta" em Grayson deu certo. |
Neste sábado (26) aconteceu a final dos play-offs da League One em Wembley e, como esperado, Huddersfield e Sheffield United protagonizaram um jogo de muita emoção. Apesar disso a partida terminou 0x0 e só foi decidida nas grandes penalidades. Os Terriers saíram vitoriosos graças a uma cobrança bizarra do goleiro Simonsen.
No primeiro tempo, muito estudo de ambos os lados
Antes de a bola rolar os dois treinadores tiveram certos problemas nas escalações. Simon Grayson não pode contar com Ian Bennett e colocou o jovem Alex Smithies (22 anos) para guardar a meta. Danny Wilson por sua vez, confirmou Montgomery de última hora no onze titular mas perdeu Kevin McDonald. À parte disso as duas equipes estavam "on fire" para esta grande final.
Quem começou em cima foi o Huddersfield. A verdade é que os Terriers não tiveram grande atuação, apenas souberam explorar os inúmeros espaços que a defesa do United estava dando. Destaque para o lateral-direito Jack Hunt, que foi o melhor do primeiro tempo, e teve uma "avenida" à sua frente. O camisa "32" não tomou conhecimento da marcação do nulo Flynn.
Contudo, o ataque da equipe de Grayson não estava encaixando. Se Novak e Jordan Rhodes formaram ao longo da temporada a melhor dupla ofensiva da League One, nesta final as coisas pareciam diferentes. O escocês (autor de 40 gols contando todas as competições) não estava inspirado e o camisa "21" buscou sair demais da área, o que não é seu ponto forte.
Depois desta descrição nem é preciso dizer o quanto a partida foi truncada. Os dois conjuntos só criaram chances de perigo quando, em bolas cruzadas, os guarda-metas saíram mal. Isso aconteceu principalmente com Smithies, que estava visivelmente nervoso. As câmeras, inclusive, focalizaram a todo momento o goleiro reserva dos Terriers (Colgan).
A situação do United só foi "menos pior" quando Wilson resolveu adiantar as duas linhas de 4 e tentar dificultar a saída de bola do Huddersfield. Como esta já não estava uma maravilha, os Blades puderam respirar na reta final do primeiro tempo. Mas nada que resultasse em gol.
Sheffield United mais sólido no segundo tempo, porém incompetente
Vendo que a tática de jogar com as duas linhas de quatro mais avançadas deu certo na reta final do primeiro tempo, o United voltou do intervalo com a mesma postura e até conseguiu pressionar os Terriers. O curioso é que os dois times sofriam do mesmo problema: falta de criatividade. Nos primeiros 45 minutos o Huddersfield teve a bola mas não criou boas chances; o mesmo aconteceu com o Sheffield na etapa complementar.
Para completar esta semelhança entre os dois, o setor ofensivo do time de Sheffield não funcionou e seu "desafogo" foi encontrado no flanco direito, com o right winger Lee Williamson. Wilson até que tentou mudar as coisas colocando Porter no lugar de Cresswell, mas não adiantou.
As coisas só ficaram mais interessantes na reta final de partida, quando o Huddersfield voltou a encontrar espaços e, finalmente, conseguiu finalizar. Destaque para um chute de Gary Roberts (que entrou no segundo tempo) e defesa de Simonsen. Ademais, o lateral-direito Lowton precisou salvar uma bola em cima da linha. Mas não teve outro jeito, o duelo terminou 0x0 e se encaminhou para a prorrogação.
Extra time termina sem gols e tudo se decidiu nos pênaltis
A prorrogação começou se desenrolando como foi a maior parte do confronto, truncada. Terriers e Blades acharam melhor não se arriscar muito e ambos ficaram esperando uma ou outra bobeada defensiva do adversário. Assim foram criadas algumas (poucas) oportunidades. A melhor saiu dos pés de Stephen Quinn, mas Smithies interviu.
A emoção de verdade começou na etapa complementar da prorrogação, quando o United partiu para cima tentando pressionar o Huddersfield e abriu espaços na sua defesa. Lee esteve a ponto de marcar o primeiro tento, porém Simonsen mostrou muito reflexo. Depois foi a vez do artilheiro Jordan Rhodes, mas a redonda foi rechaçada em cima da linha por Montgomery.
Para fechar com chave de outro esta edição da League One, a grande final teve de ser decidida nos pênaltis. O curioso é que parecia que a bola não estava querendo entrar, já que as primeiras três cobranças foram perdidas. Os dois goleiros brilharam muito e as penalidades alternadas precisaram ser cobradas.
A partir daí todos estavam marcando. O momento crucial aconteceu quando estava 7x7, já que seria a vez dos goleiros fazerem as cobranças. Primeiro foi o jovem Alex Smithies -que apesar de estar nervososo durante toda a partida, cresceu muito nos pênaltis. Ele bateu e converteu. Em seguida foi a vez do experiente Steve Simonsen, que bateu por cima da meta de Smithies e garantiu o Huddersifled na Championship.
Por Gilmar Siqueira
Por Gilmar Siqueira