West Ham vence Blackpool e retorna à Premier League

Comemoração Hammer.

Neste sábado (19) aconteceu, em Wembley, a tão aguardada final dos play-offs da Championship, partida que chama a atenção do mundo todo e que, nesta temporada consagrou o West Ham. Os Hammers venceram o Blackpool por 2x1 (com participação ativa de Carlton Cole nos dois gols) e retornaram à Premier League.

Sam Allardyce não teve problemas na hora de escalar o West Ham. Ele pôde repetir o time que venceu o Cardiff e, para sua sorte, teve condições de contar com Jack Collison. Ian Holloway, por sua vez, precisou mandar Kevin Phillips ao campo de última hora, já que Gary Taylor-Fletcher se lesionou.

Normalmente o Blackpool é um time que mantém a posse de bola e o West Ham, com todo o seu "Allardysmo", prefere contra-atacar com muita velocidade. O curioso é que não foi isso que vimos desde o início do jogo em Wembley. A verdade é que os Hammers tomaram conta da bola e mal deixaram os Tangerines saírem para o jogo.

Carlton Cole chegou a marcar os zagueiros. Gary O'Neil "colou" em Ángel Martínez -o que deixou as coisas ainda mais complicadas para os Tangerines- e Vaz Te teve todo o espaço do mundo pela ponta esquerda (como aconteceu em muitos jogos da temporada). Ademais, Kevin Nolan conseguiu participar ativamente da criação de jogadas sem que sofresse qualquer marcação especial.

Enquanto isso o time de Holloway é que estava buscando -desesperadamente- qualquer brecha na defesa londrina para atacar. Poderiam se aproveitar da fragilidade defensiva de Demel, mas Matt Phillips prefere cair mais pelo centro do campo. Jogando assim ele até teve uma oportunidade, após tabela com Kevin Phillips, mas não foi o bastante. Tom Ince ficou preso no lado direito e bem marcado por Matt Taylor (deslocado de novo para a lateral).

Vendo que a situação estava complicada Ian Holloway resolveu adiantar o time. Isso diminui a pressão do West Ham mas fez a defesa sofrer demais com as famosas bolas alçadas. Tanto que o gol dos Hammers, aos 35', saiu assim. Martínez tentou partir para cima da marcação com a bola dominada e perdeu-a para Matt Taylor. O camisa "14", em seguida, arrancou até o campo de ataque e deu um passe sensacional para Carlton Cole, que passou pela marcação de Evatt e tocou no canto de Gilks.

Os dois treinadores não mexeram na volta do intervalo. O que mudou -radicalmente- foi a postura do Blackpool no jogo. Bastaram 3 minutos para que Matt Phillips fizesse um lançamento espetacular que resultaria em um belíssimo gol de Tom Ince. Aí foi a vez de Allardyce modificar os Hammers. Ele colocou McCartney e sacou Gary O'Neil, passando o time para um 4-4-2 com Taylor na left winger  e Vaz Te mais adiantado ao lado de Cole. Pouco depois foi a vez de Demel (que é muito fraco) deixar o campo para a entrada de Faubert (que também não é grande coisa).

A partir disso a partida seguiu a tônica esperada. Com Ángel e Ferguson entrando no jogo, Kevin Phillips saindo um pouco mais da área para buscar a bola e Tom Ince com muita vontade, os Tangerines tomaram conta do duelo. O problema é que muitas chances foram perdidas. Chances demais.

Estes sustos serviram para acordar o West Ham, que aos poucos foi reencontrando o caminho do gol. Ainda que Collison não estivesse tão bem, Taylor fez bem seu papel pelo lado esquerdo (assim como Vaz Te no primeiro tempo). O voleio de Kevin Nolan que foi parar no travessão preludiava uma virada dos Hammers.

A falta de 3 minutos para o fim e com uma prorrogação batendo à porta, Carlton Cole recebeu na área, adiantou e, antes que Gilks pudesse alcançar a pelota, deu um leve passe para o lado. Este toque foi fundamental, já que Ricardo Vaz Te apareceu como um louco para dar uma pancada e colocar o West Ham outra vez na Premier League.

Os Hammers brigaram pelo título até a reta final da Championship e, sem dúvida, têm o melhor elenco da divisão. Portanto, não há como dizer que este acesso foi uma injustiça. Muito pelo contrário, o inesperado nisso tudo é que o time londrino não tenha conseguido voltar à máxima categoria do futebol inglês de forma direta.

Por Gilmar Siqueira