Na grande final dos play-offs em Old Trafford, o Peterborough venceu o Huddersfield apenas faltando alguns minutos para o fim. Contudo, ainda assim foi uma vitória sensacional.
O Posh de Darren Ferguson foi a campo com seu tradicional 4-3-3 e teve apenas o desfalque do goleiro Joe Lewis, ainda machucado. Já o Huddersfield, de Lee Clark, foi armado em um 4-3-2-1, tendo Robertson e Ward pelos lados e somente Benik Afobe na frente.
Jogando desta forma mais "recuada" do que o normal o Huddersfield acabou tentando marcar a saída de bola do time de London Road com seus três homens mais adiantados, mas só conseguiu se complicar ainda mais, isso porque, o Posh achou espaços e, com apenas cinco minutos Craig Mackail-Smith já obrigou o goleiro Bennett a sair de forma arriscada.
A partir daí o jogo seguiu bem mais aberto, com o Peterborough atacando e o Huddersfield sempre atento aos contra-golpes, com Ward e Robertson pelos lados.
Se de um lado o centroavante do Huddersfield, Benik Afobe, conseguia levar certo perigo, mesmo sendo marcado muito de perto por Zakuani; do outro Lee Tomlin levava ainda mais perigo atuando como um "9" móvel, ou seja, dificultando qualquer tipo de marcação por parte da defesa do Town.
Além do mais, as constantes trocas de posição entre George Boyd e Craig Mackail-Smith pelos lados do ataque tornaram-se um empecilho para a marcação feita pelos laterais.
Este constante duelo tático foi o que deixou o jogo ainda mais emocionante, porque, com as eventuais falhas de marcação do Posh, o Huddersfield se aproveitava dos contra-ataques.
Mesmo com o jogo bastante aberto, o placar não saiu do zero no primeiro tempo e a posse de bola parou em 50%-50%, dado o enorme equilíbrio.
Para a etapa final, as duas equipes vieram com os mesmos jogadores. A única diferença foi que, o time de Lee Clark passou a ter uma postura ainda mais agressiva e fez com que a linha de três meias de marcação -Kay, Arfield e Kilbane- passasse a participar mais do jogo, para tentar confundir o único volante do Posh, Tommy Rowe.
Nisso, o time de London Road teve que se concentrar em marcar, e perdeu parte do seu poder de criação, já que Wesolowski e McCann foram forçado a auxiliar Rowe.
Esta tática deu certo até cerca de 30 minutos do segundo tempo, mas depois, o Peterborough "misteriosamente" acordou para o jogo e partiu para cima do Town, voltando a ser uma constante ameaça e se aproximando cada vez mais do gol.
Aos 38 minutos, houve uma perigosa falta sofrida por Mackail-Smith do lado direito da grande área. Para a bola foi o capitão do Posh, Grant McCann, que já havia marcado daí no último jogo contra o MK Dons e algumas vezes na temporada. Ele chutou em direção ao goleiro e, antes da bola entrar, ganhou o desvio providencial de Tommy Rowe.
Não deu tempo nem do Huddersfield acordar, porque um minuto depois o Peterborough já fez seu segundo gol, com Craig Mackail-Smith. Ele recebeu a bola de George Boyd, na área, cortou para o pé direito e, sem marcação, teve apenas o trabalho colocar no canto de Bennett.
Já faltando cinco minutos para o fim, Boyd sofreu outra falta justamente do lado direito da área. Nem é preciso dizer que McCann foi para bola. Mas, desta vez ele finalizou no canto da barreira e mandou a bola no ângulo.
Este resultado deu novamente o acesso ao Peterborough que, esteve na Championship na temporada 2009-2010 e, sob o comando de Mark Cooper, acabou sendo rebaixado como lanterna.
As coisas só voltaram a melhorar para o Posh quando Darren Ferguson foi "readmitido" por Darragh MacAnthony, presidente do clube, que o havia demitido anteriormente por uma discussão que até hoje os dois tentam esconder.
A verdade é que, o time passou a jogar um futebol bonito e marcar muitos gols. Há de se considerar que, apesar de ser filho de Sir Alex Ferguson, Darren é um discípulo de Pep Guardiola. Isso fica evidente em seu esquema de jogo: 1 volante fixo, dois meias criativos e marcadores, dos atacantes abertos pelos lados que alternam as posições entre si e finalmente, um "9" bastante móvel.
Craig Mackail-Smith já deixou evidente que não deverá seguir na equipe, salvo uma grande mudança, e não conseguiu atingir a sonhada marca ainda no Posh, 100 gols em sua carreira (tem 99, contando o gol da final).
Mas seguramente Barry Fry, um dirigente fantástico e um dos grandes responsáveis pelas glórias do clube, deverá consegui alguém à altura para substituí-lo.
Não há dúvidas de que devemos esperar mais do Peterborough, com Darren Ferguson, na Championship do que que vimos daquela equipe lanterna da segundona.