Finalmente, o topo

Mais do que o acesso, o clube fez bonito também em copas nacionais
Depois de analisar as campanhas dos vice-campeões da Championship e League One durante a semana, o blog volta suas atenções para a temporada do Shrewsbury Town, segundo colocado da League Two.

Na temporada anterior, o Shrewsbury bateu na trave. Realizando uma boa campanha, chegou até a última rodada com chances reais de terminar entre os três primeiros colocados, compondo o grupo das equipes que conseguem a vaga de forma direta à League One. Com apenas um ponto de diferença do terceiro colocado Wycombe, os Blues tiveram de disputar o play-off contra o Torquay United. Apesar de ter terminado a fase inicial à frente de seu rival, acabou derrotado no confronto direto. Ciente de que o plantel era capaz de evoluir para a temporada seguinte, boa parte dos atletas permaneceram, além do técnico Graham Turner.

A aposta deu certo. Junto à manutenção das peças, veio o tão sonhado acesso. Com uma campanha de 26 vitórias em 46 jogos, o diferencial acabou sendo o entrosamento do time, que demonstrou o mesmo padrão tático e a mesma eficiência da temporada anterior. Turner foi o mentor dessa forma de jogar, privilegiando a defesa, um dos pontos determinantes para essa boa campanha.

Paralelo à League Two, o Shrewsbury disputou FA Cup e Carling Cup, e foi aos poucos demonstrando o que era capaz. O time eliminou Swansea e Derby County na Carling Cup (o primeiro disputa a Premier League, o segundo a Championship), sendo eliminado apenas pelo Arsenal, já na terceira fase. Na FA Cup, passou por Newport County e Rotherham United, mas novamente caiu na terceira fase, desta vez para o Middlesbrough. O fato de ter encarado de igual para igual o adversário, mesmo jogando fora de casa, não evitou o placar adverso de 1-0. Apesar da derrota, a impressão foi boa, dando a entender que o time tinha condições de aspirar novamente uma vaga à terceira divisão nacional.

Time equilibrado é o diferencial

Campanha consistente garantiu o acesso dos Blues
Levando em conta a “fartura” de opções, é complicado afirmar que um atleta levou o time nas costas durante o campeonato inteiro, ou que apenas um deles rendeu mais que os outros. Confiando em um time equilibrado - que pensava primeiro em manter a solidez defensiva, e depois jogar com qualidade em seu ataque -, Turner montou uma equipe forte em todos os setores. Como se não bastasse, acertou com reforços pontuais, que mais tarde justificaram o investimento. Sem dúvida, o jogador que mais se adequou à filosofia do clube foi o lateral-esquerdo Joe Jacobson, contratado junto ao Accrington Stanley. O capitão das seleções de base do País de Gales acabou como um dos jogadores que mais participaram do campeonato, tendo disputado 37 partidas. De quebra, fez o torcedor esquecer-se de Matt Sadler, um dos principais jogadores do clube na temporada passada, que optou por defender o Walsall.

Assim como o galês, todos que passaram pela defesa dos Blues foram eficientes, tornando-o a segunda melhor do campeonato, sofrendo apenas 32 gols. O goleiro Chris Neal atuou na maioria das vezes, e foi um dos destaques. Quando esteve ausente, foi bem substituído por Ben Smith. A defesa central, que tão bem fez seu papel neste ano, passará por mudanças para a próxima temporada. O zagueiro Shane Cansdell-Sherriff ganhou notoriedade pelos importantes gols que marcou (4), todos decisivos para a campanha do acesso. Porém, o australiano saiu como free agent ao final da temporada para o Preston North End, clube que disputa a League One. Seu companheiro, o capitão Ian Sharps, foi mais um a deixar o clube, assinando com o Rotherham.

Mesmo com o destaque sendo o baixo número de gols sofridos, o time possuía enorme qualidade para armar os lances ofensivos. Nicky Wroe (4 gols em 37 jogos disputados), ex-Barnsley, foi o que mais se destacou diante deste bom conjunto, e também rumou para o Preston. Junto a ele, um velho conhecido da torcida: Lionel Ainsworth, que fora contratado pelo Burton Albion, mas repassado ao Shrewsbury, mostrou mais uma vez sua importância, tornando-se peça fundamental no segundo turno, quando a campanha de acesso foi consolidada. 

Além deles, os quase sempre presentes Mark Wright e Matt Richards formaram um bom meio campo, com muita combatividade. Quando Graham Turner procurava uma maior velocidade em seu ataque, optava pelo jovem Jon Taylor, de 19 anos. O jogador entrou diversas vezes durante a temporada, e também conseguiu destaque.

O fato de contar com bons jogadores no setor ofensivo ajudou o time na busca pelas primeiras posições, com a expressiva marca de 66 gols marcados. James Collins, que desde o ano passado veste a camisa dos Blues, marcou 14 gols, tornando-se o artilheiro máximo do time. Foi dele o gol que garantiu o acesso do Shrewsbury, na magra vitória de 1-0 sobre o Dagenham & Redbridge. Seus companheiros de ataque, Terry Gornell e Marvin Morgan, assinalaram 18 gols juntos, ajudando a aumentar os números. 

Morgan, aliás, era um antigo sonho do treinador, que queria contratá-lo ainda na temporada passada. Como o negócio não foi efetivado, o clube acertou à época com Matt Harrold, que deixou a desejar, marcando apenas cinco golzinhos. Terry Gornell foi mais um atleta proveniente do Accrington Stanley e, bem como Jacobson, foi fundamental. Ele chegou como uma aposta, mas acabou se tornando uma peça essencial para a vitoriosa campanha.

Por Gustavo Rodrigues de Vargas

Gustavo Rodrigues de Vargas
sábado, 16 de junho de 2012 às 14:51

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