Allardyce e Vaz Tê. |
Há poucos dias o Football League Brasil contou como foi a campanha do Shrewsbury, vice-campeão da League Two, e agora chegou a vez de falar do West Ham, que garantiu seu retorno à Premier League uma temporada depois de ser rebaixado.
Antes mesmo de a bola rolar na Championship, os Hammers eram considerados os máximos favoritos ao título. E com razão. O time londrino já tinha um elenco forte e, pese o fato de perder Scott Parker, contratou Kevin Nolan, junto ao Newcastle. Este motivo somado a "ameaça" do fair-play financeiro fizeram os jogadores considerarem uma volta à Premier como obrigação.
A missão de comandar este interessante plantel e devolver os Hammers à máxima categoria do futebol inglês ficou a cargo do experiente Sam Allardyce, que vinha de uma estranha demissão no Blackburn. Assim que ele chegou prometeu o acesso e, por incrível que pareça, um futebol vistoso. Digamos que ele cumpriu a parte possível da promessa já que, cá entre nós, não é muito fácil de imaginar um time dirigido por Big Sam jogando um futebol empolgante.
Mesmo se mantendo nas primeiras posições durante boa parte do primeiro turno, o West Ham foi bastante contestado por não garantir a liderança. A verdade é que muitos esperavam que a equipe londrina tivesse uma vida menos complicada. Ninguém poderia imaginar que o Southampton de Nigel Adkins fosse ser tão brilhante assim, ocupando o topo da Championship por muitíssimas rodadas.
Em determinado momento a torcida chegou a pedir sua demissão. A principal crítica já não se concentrava nos resultados, mas sim no estilo de jogo. Alguns chegaram a declarar que "o West Ham era um time de futebol e precisava jogar com a bola no chão", isso porque Allardyce -como bom treinador pragmático que é- adorava insistir nas bolas alçadas.
Se queriam criticar a escolha de Sullivan e Gold, que o tivessem feito antes. Absolutamente todos que seguem o futebol inglês sabem que Sam Allardyce é um admirador passional do futebol britânico "clássico" e do jogo mais direto. Gostando ou não, foi assim que ele conseguiu bons resultados em sua carreira e foi exatamente assim que ele fez seu West Ham jogar.
No returno, quando tudo parecia insustentável, ocorreu uma mudança vital: os Hammers voltaram a vencer. Certo que com gols aos 90 minutos, mas ao menos sonhou outra vez com o título e, sobretudo, com a possibilidade de acesso. Injustiças à parte, o West Ham do returno foi um pouco mais interessante do que o do primeiro turno, isso por causa de suas contratações.
Sam Baldock veio do MK Dons e até começou bem, mas aos poucos seu rendimento caiu e ele terminou a campanha no banco de suplentes. Contudo, o principal dos reforços foi o do português Ricardo Vaz Tê. Ele "se encaixou como uma luva" no esquema de Allardyce. Inicialmente foi escalado ao lado de Carlton Cole e a posteriori foi deslocado para o flanco esquerdo, onde seu rendimento se mostrou ainda mais notável. Pontos para o treinador.
Como nem tudo é perfeito, os olhos críticos outra vez se voltaram para a equipe londrina, haja vista que a classificação para os play-offs não era o objetivo que mais agradava a torcida. Contudo, os Hammers outra vez se saíram muito bem passando pelo Cardiff City e vencendo o Blackpool na final.
"A tarefa agora é manter o West Ham na Premier League", salientou Allardyce, que há 11 anos promoveu o Bolton em condições semelhantes. A verdade é que, dentre os três que subiram, o West Ham é o time que mais transmite solidez e confiança. E mais uma vez, aos trancos e barrancos, o Allardysmo prevaleceu.
Por Gilmar Siqueira