A Premier League terá outro grande treinador

Anton Zingarevich e Sir John Madejski.
A partir dessa semana, o "Football League Brasil" começará uma série de postagens falando sobre os clubes que conseguiram acessos em suas respectivas divisões. Falaremos desde os times da Championship que irão à Premier League até os que entraram na TFL, passando pelos rebaixados da máxima divisão do futebol inglês. Para começar, nosso primeiro objeto de análise será o Reading, campeão da Championship.

Se nesta temporada Paul Lambert e Brendan Rodgers surpreenderam a todos no comando de Norwich e Swansea, em 2012-2013 seguramente muitos estarão boquiabertos com o brilhante Brian McDermott e seu Reading. Contudo, não foi nada fácil chegar à elite do futebol inglês. O próprio McDermott disse, após a derrota frente ao Swansea na final dos play-offs da passada Championship, que aquele havia sido um dos piores momentos de sua carreira.

Mas de uma forma excepcional os Royals, que começaram bastante cambaleantes a campanha 2011-2012, tiveram tamanha ascensão no returno que terminaram no topo da tabela, superando os fortes Southampton e West Ham. Na vitória sobre o Nottingham Forest, que os garantiu na Premier, sua invencibilidade chegou ao incrível número de 17 jogos. A partir daí, foi impossível para os Saints parar o time de Sir John Madejski.

O projeto Brian McDermott

McDermott foi efetivado pelos Royals em 2009, para substituir ninguém menos do que Brendan Rodgers, que ficou seis meses no banco de reservas da equipe e fez um péssimo trabalho. Mas, por incrível que pareça, ele também foi uma aposta. Considerado um "tampão" para muitos analistas da época. A verdade é que nos oito anos anteriores ele havia trabalhado apenas como olheiro do clube.

Por fim, terminou a temporada 2009-2010 na nona colocação e arrancou elogios de todos a seu redor. Foi sem dúvida um resultado notável após um fraquíssimo primeiro turno. E, como já mencionado, em 2010-2011 chegou à final dos play-offs e foi derrotado pelo Swansea. O mais interessante é como isso aconteceu. Nada de contratações bombásticas ou um estilo de jogo fascinante como de seus colegas Rodgers e Lambert. Ele apenas manteve a base dos anos anteriores, fez algumas alterações táticas e levantou a moral dos jogadores, que estava em baixa.

Ao fim da temporada sua ideia de conservar os principais nomes seguiu firme, mas a parece que a vontade de sair manifestada pelo capitão Matt Mills e por Shane Long foi maior. Para supri-los, nada de galáticos: chegaram Kaspar Gorkss, Adam Le Fondre e o experiente Jason Roberts. E acabou que os três foram fundamentais na campanha do título.

Os medalhões devem seguir

Nomes como Jem Karacan, Jobi McAnuff, Mikele Leigertwood, Simon Church, Jimmy Kebe, Adam Federici e Noel Hunt já são figuras carimbadas neste Reading. Segundo o próprio McDermott foram eles que fizeram o time funcionar. Portanto, as chances de acontecer uma renovação radical no plantel para a disputa da Premier são muito pequenas.

Federici é um goleiro excepcional e já foi especulado em vários clubes da Inglaterra e mesmo estrangeiros, mas ficou no Reading e deu no que deu; Leigertwood e Karacan formam um dupla de centre midfielders com qualidade absurda e quaisquer críticas depois desta temporada seriam exageradas; McAnuff foi um dos jogadores que deu mais assistências na Championship, mas estranhamente não é tão mencionado; Kebe é dotado de grande habilidade, mas passou boa parte da campanha lesionado e só voltou na reta final.

Outra "cartada" de McDermott bem sucedida foi a contratação de Jason Roberts. Ele chegou aos Royals em janeiro, marcou 6 gols, deu 5 assistências e já se converteu em ídolo no Madejski Stadium. Parece que a carreira de comentarista da BBC vai esperar um pouco mais.

Sob nova direção

Após 22 longos anos Sir John Madejski decidiu vender o Reading. Agora 51% das ações dos Royals pertencem ao bilionário russo Anton Zingarevich. Assim como todos os novos -e riquíssimos proprietários- ele prometeu investir em contratações. Mas não se assustem, torcedores do Reading.

Há várias razões para crer que o dono da Thames Sports Investiments não será mais um "Vladimir Antonov da vida". O principal destes motivos é que existem poucos proprietários tão responsáveis e apaixonados pelo clube quanto Sir John Madejski. Portanto, ele não venderia seu time para qualquer um. Ademais, Sir Madejski seguirá na presidência até 2014, quando decidirá ou não se aceitará um mandato vitalício.

"Eles (família Zingarevich) querem manter o mesmo espírito e não vão jogar dinheiro fora como marinheiros bêbados", declarou Madejski. Esta é mais uma prova de que precisaremos observar com muita atenção o Reading na Premier League.

Por Gilmar Siqueira

Gilmar Siqueira
segunda-feira, 4 de junho de 2012 às 21:17

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