Se sua imagem estava arranhada antes, imaginem agora. |
O Nottingham Forest teve um terrível início de temporada, conquistando apenas 8 pontos em 10 jogos. Tudo isso culminou nas saídas tanto do treinador Steve McClaren, quanto do presidente Nigel Doughty. Mas este realmente foi o caminho certo a seguir?
Depois do Forest "bater na trave" mais uma vez e acabar caindo nos play-offs da Championship, Nigel Doughty decidiu que era hora de mudar a filosofia e resolveu demitir o treinador Billy Davies -figura contestada por muitos torcedores. O alvo dos Reds foi logo Steve McClaren, que precisava refazer sua imagem na Inglaterra após o fracasso no comando do English Team. Seu principal objetivo era treinar na Premier League, mas como não conseguiu, aceitou o trabalho no City Ground.
Logo nas negociações, Doughty prometeu total apoio financeiro a McClaren para que ele pudesse montar um elenco forte o suficiente visando o acesso imediato à Premier League. Mas não foi o que se viu na prática. Na verdade, pouquíssimos jogadores chegaram. O estranho é que ainda na temporada passada, Billy Davies já dizia que o time precisava de ao menos dois reforços "estelares", o que pareceu desagradar Doughty.
E vendo rivais diretos como o Leicester de Eriksson gastando cerca de 15 milhões, McClaren se mostrou um pouco frustrado, mas isso não o fez desistir. A situação só ficou complicada mesmo quando a bola rolou na Championship e o time não se encontrava em campo. Até os primeiros três jogos a torcida se mostrou paciente, mas depois tudo mudou e a exigência bateu à porta do plantel.
Realmente com um elenco limitado e em sua primeira temporada de volta à Inglaterra depois de tanto tempo, não poderia se exigir um arranque fantástico do Forest sob o comando de McClaren. O problema é que, em 2010-2011 a equipe começou da mesma forma, vencendo apenas duas partidas nos primeiros 10 confrontos. A polêmica ainda aumenta quando comparamos com outra equipe que se modificou bastante, o Cardiff. Os Bluebirds não trocaram apenas de treinador (Malky Mackay por Dave Jones), mas também mexeram em praticamente todo o elenco. E até agora perderam apenas três jogos.
Ninguém nega que Nigel Doughty salvou -literalmente- o Nottingham Forest. O empresário comprou os Reds em 1999, tirando o time da administração. Depois disso, chegou a investir cerca de 70 milhões de libras, do próprio bolso, em benefício do clube. Contudo, algumas de suas atitudes foram bastante contestáveis. A principal delas foi a contratação de Steve McClaren.
A "gota d'água" foi a derrota sofrida para o Birmingham (3x1), de virada em pleno City Ground -onde o Forest ainda não venceu. Após este jogo foi feita uma reunião entre Steve McClaren e a diretoria, que durou cerca de 3 horas. Inicialmente, a notícia divulgada foi a permanência do técnico inglês. Porém, pouco depois a "bomba" explodiu: Nigel Doughty e McClaren haviam renunciado.
Este foi um duríssimo golpe para todos, principalmente a saída do presidente. Esta, pode prejudicar ainda mais a condição financeira dos Reds, já que ele segue sendo proprietário, apesar de abandonar a presidência. Com isso, ficará mais difícil para ele investir em algo que não esteja completamente envolvido. Além do mais, na próxima temporada já entrarão em vigor as tão temidas regras do Fair Play Financeiro.
Já a saída de McClaren é pior para ele do que para o Forest. Se sua imagem na Inglaterra já estava bastante prejudicada antes, imaginem só depois deste fracasso no City Ground. As chances de ele entrar para o hall de técnicos que perderam completamente a moral na Inglaterra ao saírem da seleção são enormes.
Agora o Nottingham Forest busca tanto um presidente quanto um treinador. A segunda opção é, obviamente, bem mais fácil de se encontrar. Nomes como Roy Keane, Karl Robinson, Martin O'Neill, Alan Shearer e até mesmo Billy Davies (!) são cogitados. Naturalmente a busca agora é por alguém que tenha certa experiência na Championship.
Na porção administrativa a coisa está bem mais crítica. Até mesmo o nome de Peter Risdale já foi veiculado ao clube. O que seria um enorme retrocesso. Por enquanto mais nada foi divulgado, mas sabemos que a situação em campo é reflexo do que acontece fora dele.
Sem presidente e sem treinador, dá para imaginar como está a cabeça tanto dos jogadores quanto da torcida. Vai ser muito difícil recuperar o foco da reta final da temporada passada e "nortear" o Forest mais uma vez. Por isso, a partir de agora cada decisão tomada em City Ground será vital.