Clubes foram forçados a aceitar o acordo para não perder investimento da Premier League |
A medida, aprovada por 46 clubes, tem como principais objetivos replicar "La Masia", conhecida instalação de treinamentos do Barcelona, adequar grandes clubes a temida regra do Fair Play Financeiro da UEFA e produzir jogadores de nível mundial até a Copa de 2022. Entretanto, o chamado Elite Players Performance Plan (EPPP) pode prejudicar gravemente as equipes que não fazem parte do primeiro nível do futebol na Inglaterra.
No atual sistema, os atletas normalmente recebem cerca de 3.760 horas de treinamento até completarem 21 anos, algo longe das 10.000 horas almejadas pelo diretor de base da Premier League, Ged Roddy. O novo plano também dividirá os clubes em quatro categorias, sendo que a primeira ofereceria melhores instalações e treinamentos intensivos aos atletas.
Esta é a grande dificuldade para as equipes da Football League, já que atingir o primeiro patamar custará um investimento de £2,5 milhões anuais, além de exigir que 17 profissionais trabalhem em tempo integral. O mesmo número de funcionários também é exigido para o nível dois, porém apenas £1 milhão deve ser investido a cada 12 meses.
Outro ponto importante do novo sistema, que entra em vigor a partir da próxima temporada, é o fato de o atual sistema de tribunal, onde o clube decidi o valor a ser pago por seu atleta, seja substituído por uma tabela fixa de preços de acordo com a idade.
Sendo assim, os clubes receberiam apenas £3.000 por ano de desvolvimento de um jogador entre nove e 11 anos. O pagamento por jogadores entre 12 e 16 anos seriam entre £12.500 e £40.000 por ano - algo muito menor ao que os clubes recebem atualmente.
Aplicando as mudanças na prática:
- Se esta regra já tivesse sido aprovada antes, o QPR, que recebeu £600.000 (que ainda podem chegar a £5 milhões, caso todas as clásulas sejam cumpridas) receberia apenas £109.000 do Liverpool.
- O Bradford City, que negociou George Green, de 15 anos, com o Everton por £300.000 (podendo chegar a £2 milhões) iria receber £59.000 da equipe de David Moyes
- Já o MK Dons, que vendeu essa semana o garoto Oluwaseyi Ojo, de 14 anos, por £1,5 milhão ao Chelsea, receberia a irrisória quantia de £46.500 com a nova regra.
Barry Fry, diretor de futebol do Peterborough, acredita que muitos clubes da Football League podem fechar suas categorias de base. "Clubes de divisões inferiores olhariam quanto custa formar um grande atleta e pensariam: se a Premier League pode contratar nossos melhores jogadores por um preço baixo, porque deveríamos investir neles?"
Fry também afirmou que as vendas de Matthew Etherington, Simon Davies (ao Tottenham, em 2000) e de Luke Steele (ao Manchester United, em 2002) garantiram cerca de £6 milhões ao Posh, mas com esse novo sistema eles não receberiam nada. " A Premier League quer tudo para eles" - finalizou.
Em nota, a Football League se limitou a dizer que "após longas discussões os clubes optaram por aceitar a proposta e que vai continuar discutindo com a Premier League um modo de implementar a EPPP no futebol profissisonal"
Pelo que eu entendi só o time pequeno é que perde nessa história...
ResponderExcluirÉ mais ou menos por aí, Miguel. Com a implementação da nova regra, os melhores jogadores irão apenas para clubes com grandes estruturas - algo muito difícil de manter em divisões inferiores.
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