Depois da inexplicável demissão de Sven-Göran Eriksson, o Leicester precisava buscar, com calma, um nome que pudesse substituí-lo visando ainda o sonho de uma promoção para a Premier League. Haviam alguns nomes no mercado, mas nenhum melhor que Nigel Pearson, que estava no Hull City.
Dentro de campo seu trabalho era incontestável, mas fora dele não. Isso porque ele nunca se entendia nem com o presidente Milan Mandaric nem com o executivo-chefe Lee Hoos. Em 2010 houve a proposta do misterioso consórcio tailandês pelo clube. Mandaric não hesitou em aceitar e já fez contato com Paulo Sousa (que até então estava no Swansea).
Sentindo-se ultrajado -e com razão- Pearson pediu demissão. Mas ele não ficou sem trabalho por muito tempo, sendo contratado pelo Hull City. Agora, pouco menos de 2 anos depois ele retorna ao King Power Stadium, enchendo de esperanças a absolutamente todos os torcedores.
Não restam dúvidas de que poucos conhecem tão a fundo os Foxes quanto Pearson. Desde o rebaixamento da Premier League, em 2004, ninguém conseguiu realizar um trabalho tão bom quanto o dele, mas ainda assim acabou sendo sacado.
Vale lembrar que a paciência nunca foi uma das virtudes desta equipe. Nos últimos sete anos, 15 técnicos -incluindo Eriksson- passaram pelo banco de reservas e não permaneceram por muito tempo. Com Vichai Raksriaksorn, atual presidente, parecia que tudo ia tomar um rumo diferente. Mas não foi bem assim.
Sven-Göran Eriksson foi demitido com apenas 1 ano de trabalho. E é sempre importante destacar que ele teve menos de meia temporada para "remodelar" o clube. Isso porque desde que chegou, em outubro do ano passado, ele teve a missão de tirar o Leicester do "buraco" em que Paulo Sousa o deixou.
Tudo bem que foram gastos 15 milhões em contratações para 2011-2012, mas em meia temporada não há como transformar estes jogadores em "galáticos". A Championship é uma competição de altíssimo nível e com equilíbrio enorme, apenas Raksriaksorn não quer enxergar isso.
De qualquer forma, Nigel Pearson e seus fieis escudeiros -Craig Shakespeare e Steve Walsh- chegam sabendo exatamente com que tipo de pressão estão lidando e, mesmo tendo assinado um contrato até o fim da temporada 2013-2014, sujeitam-se às vontades de um presidente impaciente.