A "nova velha" aposta


Depois da inexplicável demissão de Sven-Göran Eriksson, o Leicester precisava buscar, com calma, um nome que pudesse substituí-lo visando ainda o sonho de uma promoção para a Premier League. Haviam alguns nomes no mercado, mas nenhum melhor que Nigel Pearson, que estava no Hull City.

Após longas negociações clube e treinador se acertaram e Pearson trabalhará outra vez no Leicester. Mas esta não será sua primeira passagem no banco de reservas dos Foxes. Ele geriu o clube de 2008 a 2010, conquistando inclusive o título da League One na temporada 2008-2009, com 96 pontos (sua maior pontuação na história) e apenas 4 derrotas em 46 jogos.

Dentro de campo seu trabalho era incontestável, mas fora dele não. Isso porque ele nunca se entendia nem com o presidente Milan Mandaric nem com o executivo-chefe Lee Hoos. Em 2010 houve a proposta do misterioso consórcio tailandês pelo clube. Mandaric não hesitou em aceitar e já fez contato com Paulo Sousa (que até então estava no Swansea).

Sentindo-se ultrajado -e com razão- Pearson pediu demissão. Mas ele não ficou sem trabalho por muito tempo, sendo contratado pelo Hull City. Agora, pouco menos de 2 anos depois ele retorna ao King Power Stadium, enchendo de esperanças a absolutamente todos os torcedores.

Não restam dúvidas de que poucos conhecem tão a fundo os Foxes quanto Pearson. Desde o rebaixamento da Premier League, em 2004, ninguém conseguiu realizar um trabalho tão bom quanto o dele, mas ainda assim acabou sendo sacado.

Vale lembrar que a paciência nunca foi uma das virtudes desta equipe. Nos últimos sete anos, 15 técnicos -incluindo Eriksson- passaram pelo banco de reservas e não permaneceram por muito tempo. Com Vichai Raksriaksorn, atual presidente, parecia que tudo ia tomar um rumo diferente. Mas não foi bem assim.

Sven-Göran Eriksson foi demitido com apenas 1 ano de trabalho. E é sempre importante destacar que ele teve menos de meia temporada para "remodelar" o clube. Isso porque desde que chegou, em outubro do ano passado, ele teve a missão de tirar o Leicester do "buraco" em que Paulo Sousa o deixou.

Tudo bem que foram gastos 15 milhões em contratações para 2011-2012, mas em meia temporada não há como transformar estes jogadores em "galáticos". A Championship é uma competição de altíssimo nível e com equilíbrio enorme, apenas Raksriaksorn não quer enxergar isso.

De qualquer forma, Nigel Pearson e seus fieis escudeiros -Craig Shakespeare e Steve Walsh- chegam sabendo exatamente com que tipo de pressão estão lidando e, mesmo tendo assinado um contrato até o fim da temporada 2013-2014, sujeitam-se às vontades de um presidente impaciente. 

Gilmar Siqueira
quarta-feira, 16 de novembro de 2011 às 17:26

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